29/10/2005

Os leitores aconselham

Se quiser saber mais sobre os deuses dos Lusitanos aconselho a leitura da seguinte obra:
"Fontes Remotas da Cultura Portuguesa", de Moisés do Espírito Santo, Editora Assírio & Alvim.
Parte segunda: Os "Deuses da Lusitânia"; Cap. Primeiro - Os Deuses Enquadrados Numa Grelha e Cap. Segundo - Os "Deuses da Lusitânia" não falavam latim.
Pode seguir este link para saber algo mais
AJ
Se quiser saber mais sobre Viriato e os seus, clique
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Beacon

Deixem que vos conte

Viseu e Cava do Viriato, 28 de Outubro de 2005
Voltei para amar o Viriato e verifiquei que há novidades, lá pelo Campo do meu bem amado:
1 - Na ex-entrada principal da Feira colocaram umas gamelas e tinas para impedir o estacionamento das carroças e carros sem cavalos;
2 - O acesso por carros e carroças ao jardim, sem flores, existente ao lado do Templo da Nª Srª da Conceição, foi tapado com mais gamelas;
3 - A "nova" Avenida Emídio Navarro, através do Campo de Viriato, está agora bordejada de gamelas e tinas para preparar a calda bordalesa. Enfim que falta de gosto e que desperdício! Não existem os sinais de trânsito e a Guarda para os fazer cumprir?
TANGINA, QUERIDA ESPOSA DO VIRIATO
P.S. Por pudor, não refiro os aspectos mais pessoais do nosso encontro

24/10/2005

Viriato no teatro

Viriato fala-nos sobre a peça "Viriato", do Dr. Freitas do Amaral
Carilla a minha ex-companheira ainda não desistiu de me tentar seduzir. Carilla de quem recordo os cuidados com que me tratou, quando fui ferido e os carinhos que me deu, sobretudo à noite, isto antes do meu casamemto com a adorável Tangina, veio ver-me e entre os presentes e propostas que com muito desgosto recusei... deixou-me o pequeno volume, Edição Bertrand / Setembro de 2003, da peça em apreço. Confesso que não gostei de ver o nome do autor, D.F.A., a anteceder o meu nome, na capa do livro. Também não gostei de ver o meu sucessor Táutalo a ser nomeado por Táutamo... Verdade seja dita que não apreciei muito a peça, que me pareceu pobre, algo simplista e contendo vários defeitos e anacronismos. Também desejo corrigir o comentador Caturo: Na peça 2º Acto e Cena 15 (Cidade de Ituca) vem contada a história do homem de meia idade que tinha duas mulheres (uma jovem e outra de meia-idade). Se esta passagem não constava da versão teatral foi porque o encenador achou que não tinha relevância.Eu achei mal!
VIRIATO

23/10/2005

Tangina e Viriato

(...)...Viriato diz algo de bem diferente, perante a riqueza do seu sogro: «Todas essas riquezas nada valem perante a minha verdadeira riqueza, que é a lança. É a minha lança que protege as tuas riquezas».(...)
"Quando chegou a Ituca, cidade ibérica apanhada no meio da guerra entre a Lusitânia e Roma, Viriato contou aos habitantes uma parábola, que foi a seguinte: um homem tinha duas mulheres, uma velha e outra nova. Quando estava com a nova, esta arrancava-lhe os cabelos brancos porque não queria que ele tivesse aspecto idoso; quando estava com a mulher velha, esta arrancava-lhe os cabelos negros, porque não se sentia bem ao pé de um homem com aspecto jovem. Resultado: o homem ficou careca. Quis com isto dizer, Viriato, que Ituca tinha de se decidir entre aliar-se a Roma ou ficar ao lado dos Lusitanos - não podia continuar na posição ambígua de até então."
Comentários de Caturro, à Peça Teatral "Viriato", do Prof. Diogo Freitas do Amaral - 16 de Outubro de 2003
Enviado pelo AJ... sempre atento!

Tangina, esposa de Viriato

Pois é sou eu mesma a filha do rico Astolpas e esposa do Viriato! Hoje fui visitar o meu grande e único amor que continua às escuras e com tanta tocha acesa à volta... Diga-se a verdade que até nos deu muito jeito! O Campo e nova Praça a que deram o nome do meu querido estão iluminados com uma luz bem desagradável, branca e muito fria. Verifiquei que os senhores da Casa Municipal, finalmente, impediram o estacionamento de carros e carroças sem cavalos na nova Praça em frente ao Grande Barracão. Colocaram uns caixotões com umas plantas a impedir a passagem. Os Romanos do Forum que tenham paciência... Além disso confesso que tivemos uma noite memorável, o Viriato continua em forma!
TANGINA, Querida esposa do Viriato

13/10/2005

Camões canta o nosso Viriato

Lusíadas, Canto VIII estrofe VI:

Assi o gentio diz. Responde o Gama:
- « Este que vês, pastor já foi de gado;
Viriato sabemos que se chama,
Destro na lança mais que no cajado;
Injuriada tem de Roma a fama,
Vencedor invencíbil, afamado.
Não têm com ele, não, nem ter puderam,
O primor que com Pirro já tiveram;



Morte de Viriato

10/10/2005

Beacon, escritor de fim de semana

Como sou de bronze estou sempre de serviço!
Rentrée!
No sábado à noite fui dar uma volta! Obtive autorização do meu Chefe, o Viriato, pedi a bênção ao meu pai, Weylin – filho do lobo, e fui passear um pouco pela zona da Ribeira e do Campo do Viriato. Para começar reparei que ainda não retiraram o cercado da Feira de São Mateus. Aquilo, sem as barracas e as decorações, mais parece um enorme curral! Só faltam as ovelhas ou cabras... Mesmo à frente de Gavin (pequeno falcão) está uma grande caixa de metal, para controlar as tochas que desfeia, ainda mais, o nosso Monumento e a nossa Cava. Tanta tocha acesa... parece-me um desperdício, é exactamente o mesmo número de tochas que iluminavam a Feira! Os canos que levavam a luz e a força para as tendas, lá continuam plantados e são mais que as árvores. A propósito de árvores.. e os belos castanheiros que ladeavam a Avenida Emídio Navarro, sim aqueles que “os romanos” mataram à traição? Que saudades sinto das sua belas e frondosas copas e das suas flores em cacho! Reparei que iniciaram os trabalhos para a reposição do trânsito, nos dois sentidos, através da Feira, como foi exigido pelos meus vizinhos. Confirmei, mais de perto, que várias tendas de comidas e bebidas e a totalidade das barracas das deliciosas enguias, continuam por desmontar. Caminhando para o Grande Barracão (Pavilhão Multiusos) vi que o terreiro, à sua frente, está transformado num enorme parque para carroças sem cavalos e outros veículos com rodas. Vai ficar tudo partido e estragado e depois quem vai pagar ? Os amigos “romanos” do Forum? Fui espreitar o rio e vi que continua muito sujo, o cheiro incomoda até narizes de bronze, e as margens do Pavia estão muito mal tratadas. Vi enormes ratazanas e resolvi deixar a visita ao Forum para outra ocasião...
Caminhando para a Igreja da Nossa Senhora da Conceição da Ribeira, passei ao lado da antiga Central Eléctrica que está ao abandono e com os canteiros e pátio invadidos pelo matagal, pior ainda que a nossa Cava! Que nojeira, tenham vergonha senhores da EDP! Na antiga entrada maior da Feira vi uma grande eira. As lages estão quebradas, sujas, soltas e abanavam debaixo dos meus pés. Também me interrogo sobre quem irá responder... por estes estragos! Vi igualmente obra feita e de muito mau gosto, junto à escadaria da Igreja, e que o terreiro cuja construção obrigou à demolição das casas e à transferência das actividades comerciais de vizinhos meus, está transformado num parque, sem lei, para carroças sem cavalos. Ouvi dizer que os guardas não multam e o povo abusa. Mais à frente, no Largo da Nossa Senhora da Conceição, vi que o Factor C, já reabriu as suas portas e soube que os vizinhos que dormiram sossegados, durante todo o Verão, voltaram ao inferno. Muitos dos clientes desta moderna taberna incomodam, fazem barulho até de madrugada, urinam nas portas, são mal-educados e estacionam as carroças por todo o lado.
...As tabuletas que, antes das obras, impediam o acesso a não residentes, depois das 22 horas, desaparecerem sem deixar rasto. Também fui informado, pelos meus vizinhos, que a taberna pode estar aberta até às 4 horas da manhã e que pode tornar-se um lugar perigoso. A saída de emergência é feita pela cobertura e desemboca num beco sem saída, no “telhado”! Para sair desse impasse é necessário saltar uma rede, vencer um desnível grande e passar por cima de dois tanques de lavar roupa. Depois é só acordar os vizinhos e pedir passagem pelas suas casas ou garagens ou em alternativa derrubar ou saltar vedações, espezinhar culturas e assustar as galinhas! Disseram-me que está tudo legal, porém como diz o Viriato: Sou de bronze mas, não sou burro!
ET: Era para ir ver umas “pitas” e beber umas “beers”... voltei para o meu lugar e empunhei, de novo, a minha lança, sem ponta!
BEACON, GUERREIRO DO VIRIATO!

05/10/2005

Passeando por aí...

Só de loucos ou de quem muito amou!
Fui, talvez pela última vez, que as máquinas estão aí a chegar e vão certamente destruir muitos vestígios do passado visitar a Ponte de Pau. O lugar idílico de muitas recordações da minha juventude e de convívio com vizinhos e amigos. Foi com alguma dificuldade que partindo da Avenida de Salamanca, novo acesso a Santiago, me embrenhei pelo matagal, silvas, fetos e outras plantas bravias que substituiram as outroras bem cuidadas, quintas, quintais e hortas. Está quase tudo ao abandono, apenas vi um pequeno grupo de cabras, animais poucos exigentes, que me olharam de soslaio e que pareciam dizer: “Que anda este gajo a fazer por aqui?”
As cabras continuaram a ruminar e eu rumei à represa onde muitas vezes me banhei nos verões, já distantes, dos anos 60, do século passado.Da ponte de pau que deu o nome ao lugar, que já não conheci, só sobraram as pedras do portal, caídas no leito do rio e o pilar central, onde muitas vezes me sequei e apanhei sol. A represa que agora me parece muito pequena, estava completamente seca e o leito do rio cheio de bolotas e de urtigas. Enquanto caminhava fugiam assustados, dos amieiros e silvados, muitos pardais, pintassilgos e melros de bico amarelo. Lembro-me da represa cheia de outra vida: com água muito límpida, com espuma a saltitar nas pedras, com muitos rapazes, em cuecas ou em “pilau”, brincando e nadando, lavadeiras, peixes, cobras ribeirinhas fugidias e enguias escorregadias. Pensei descer o rio, até ao Poço do Nicolau, caminhando no seu leito, e assim o fiz, apesar de não levar roupa e calçado adequado. Nesta pequena viagem encontrei uma pequena colónia de tabuas, plantas aquáticas curiosas que terminam numa espécie de espiga castanha e cilindrica. A espiga é uma flor unissexual, feminina na parte inferior e masculina na superior. As folhas desta planta, compridas e esponjosas, servem depois de secas, para vedar as aduelas dos pipos, tonéis e selhas de madeira. Verifiquei que apesar da seca extrema, o curso de água não está totalmente seco. Existem vários locais com charcos de água e um pequeno troço, com alguns metros de extensão, com água. Por esse motivo e por não calçar botins de borracha, saí do rio e prossegui caminhando, com muita dificuldade, pela margem. Chegado ao Poço do Nicolau, outrora um local perigoso, confluência com a chamada Ribeira do Pintor, confirmei mais uma vez, que o “poço” está assoreado e que já não chega água vinda da Muna, do Catavejo ou de Travassós. A água existente no troço do rio, do Coval, passando pela Parede Nova e até à Ponte das Barcas é um enorme charco, escuro e malcheiroso, onde ainda sobrevivem carpas e pimpões. Caminhei até à estrada, junto à margem da ribeira, e admirei alguns plátanos que espero a fúria destruidora não venha a abater!
Também aproveitei para provar uma deliciosas uvas, do americano ou morangueiro, que crescem nas margens do rio Pavia e que estavam num estado de maturação que me pareceu perfeito. Um pouco mais à frente colhi umas amoras negras e deliciosas que me souberam maravilhosamente. Ainda sinto no palato o seu sabor e lembro o seu aroma inconfundível e maravilhoso. Os arranhões e os incómodos ficaram esquecidos e um banho, desinfectante e um pouco de eosina, tudo resolvem.
Ribeirinho, Amigo de Viriato

02/10/2005

Noticias de GAVIN

Viseu e Cava do Viriato, 2 de Outubro de 2005
Boa tarde meus amigos! Vou apresentar-me. Eu sou Gavin , ou pequeno falcão, o companheiro mais velho e dedicado do Viriato, certamente que já ouviram falar de mim. Vou já directo aos assuntos que aqui me trouxeram. Fiquem descansado que vou começar pelas boas notícias !Depois do alerta feito, pelo nosso amigo e vizinho - Carlos Vieira, já apareceram os pedreiros e deram início aos trabalhos de arranjo do muro de suporte e acesso à nossa querida Cava. O miradouro estava em risco de ruína eminente e agora irá ser reconstruído. O local fica perto e na confluência da Estrada Velha de Abraveses e a Rua dos Heróis Lusitanos. Esta “estrada velha” foi uma Estrada romana, com início em Viseu que seguindo por Noroeste passava por: Moselos, Bodiosa, Lufinha, São Pedro do Sul e dirigia-se para o litoral onde entroncava com a Estrada de Olisipo para Bracara (Lisboa /Braga). Os relvado junto ao nosso nomumento estão a ser melhor cuidados. Já fizeram desaparecer o pequeno “fosso” que existia do lado do meu escudo, onde se acumulava lixo, já chapinavam rãs e existiu um viveiro de larvas de moscas e insectos vários. O desperdício de água continua espero que não venha a fazer falta... e que depois das eleições não venham os meus amigos a ter a água racionada! A minha ronda porque ando sempre descalço, e não estou já habituado a grandes caminhadas, foi curta. Porém pude verificar que a Cava e o valado continuam a ser umas grandes lixeiras. No final do segundo troço da Cava vi que a máquina de venda de preservativos, “Control”, juro que não estou a ser pago pela publicidade, continua lá ao fundo, pelo menos desde 16 de Julho de 2005. Eu e os meus companheiros, como somos de bronze, não precisamos de usar tais capas, porém aconselhamos aos mortais o seu uso e até abuso... Também confirmei que nada foi, ainda feito, para conter ou reparar o aluimento do muro da fortaleza que já desabou, numa extensão de aproximadamente 25 passos. Como estava descalço, não podia deixar o meu posto por mais tempo e para não ver mais desgraças, voltei para o meu lugar, à esquerda do Viriato, e fiz o relato do que vi e agora vos faço eco. Ficaram todos murchos !
GAVIN