(...) 15 - Os senhores do mundo Ocidental
Diferentemente de Alexandre o Grande, os romanos nunca tiveram a ambição de criar um vasto Império em que todos os homens dos países conquistados pelas legiões romanas – países cujo número não parava de aumentar – fossem submetidos a uma única legislação, a de Roma. Os países conquistados tinham uma condição à parte. Eram chamados de “províncias romanas”. Eram ocupados por tropas de soldados e por funcionários romanos, que se consideravam superiores às populações autóctones, mesmo que estas fossem de fenícios, judeus ou gregos, que já possuíam uma cultura antiga. Aos olhos dos romanos, os autóctones só serviam para pagar. Eram submetidos a impostos esmagadores e tinham que enviar cereais a Roma regularmente. Se pagassem suas dívidas, eram deixados em relativa tranquilidade. Tinham autorização, por exemplo, para manter sua religião e sua língua materna. As províncias, por outro lado, aproveitavam essa presença estrangeira, pois os romanos traziam o seu conhecimento práctico, tal como o de construção de estradas. Muitas dessas estradas, muito bem pavimentadas, partiam de Roma, travessavam as grandes planícies italianas e transpunham desfiladeiros para chegar às mais distantes regiões do Império. É claro que os romanos não as construíam por amor a essas populações longínquas, mas porque viam nisso uma vantagem para eles. Graças a essa importante rede de estradas, podiam enviar rapidamente informações e tropas aos quatro cantos do Império. (...)
Ernerst H. Gombrich in ”Breve História do Mundo”, Tradução de Monica Sthael, Capa de Renata Miyabe Ueda e Ilustrações de Fabian Negrin, Editora Martins Fontes, São Paulo 2001.
ET: O conselho de leitura é do AJ.